Lazer
Esporte não tem idade
Karatê, tênis, natação... O que não falta é fôlego e disposição para virar um atleta olímpico!
Rafael Pieroni
Setembro de 2008
Energia eles têm de sobra e, com os Jogos Olímpicos a caminho, a criançada que vive em Londres anda mais do que entusiasmada. A contagem regressiva já começou e, acompanhando o calendário, eles têm apenas mais quatro anos para saltar mais alto, correr mais rápido e se tornar o mais forte. Claro, a grande maioria ainda não vai estar com idade ou potencial de atleta olímpico em apenas quatro anos. Mas a passagem das Olimpíadas por Londres é apenas o ponta-pé inicial para motivar a turminha a praticar mais e mais esportes. Palavra dada inclusive pelo prefeito Boris Johnson, que disse que quer ver a meninada mais do que esperta em se tratando de esportes.
Nos clubes de recreação da cidade é cada vez mais comum ver a criançada ocupando espaço, literalmente! Eles já têm horários reservados e áreas garantidas para classes em diversas modalidades, como artes marciais ou tênis, além dos já tradicionais esportes entre a meninada como futebol ou natação.
E não são apenas os esportistas e médicos que vêem essa mudança com bons olhos. A própria indústria responsável pela fabricação de artigos esportivos, por exemplo, já anda batendo recorde com a venda de produtos. Desde as Olimpíadas, o número de sungas, maiôs e óculos de mergulho cresceu mais de 30%. Certamente, a motivação para levar toda essa turminha para as academias está ligada ao espetacular desempenho do Reino Unido nas Olimpíadas de Pequim. O país alcançou o inédito quarto lugar no quadro de medalhas, trazendo para casa 18 medalhas de ouro.
Laura Martin viu a vida dos filhos Sarah (12) e Brian (10) virar de ponta-cabeça. Se antes os dois só ficavam em casa, agora querem ir duas vezes por semana ao clube. “Sarah diz que ser uma atleta olímpica e, como já gostava de nadar, disse que esse é a modalidade que mais gosta”, conta. Já Brian decidiu arriscar no tênis, mais confessa que ainda não está muito certo se vai continuar nas aulas. “É divertido, mas também gosto de judô. Ainda não decidi”, conta.
E se no Brasil esse entusiasmo repentino por esportes poderia significar um rombo no orçamento ou peso extra no bolso dos pais, por aqui as coisas são um pouco diferentes. Muitos dos centros de lazer são administrados numa parceria público-privada, ou seja, academias bem instaladas e arrumadas que não custam muito caro para os pais. E dependendo da renda da família, é bem possível que as crianças possam praticar as atividades de graça.
“Com a empolgação dos dois e como não é muito caro, até eu me animei a fazer alguma coisa. Enquanto eles treinam, eu corro na esteira. Mas sem qualquer intenção de virar atleta olímpica. Acho que já passei da idade”, diz Laura.