Trabalho
Crazy jobs
Conheça aqui algumas tarefas diferentes que as pessoas topam fazer pra guardar um extra final do ano. Mas para este tipo de “trabalho” é preciso uma boa dose de coragem.
Por Lucila Runnacles
Londres tem oportunidades para todos e trabalho é o que não falta por aqui. Você já pensou em ser cobaia emprestando o seu corpo para o teste de remédios? Ou posar nu durante algumas horas para estudantes de artes plásticas? Esses são só alguns exemplos onde o dinheiro pode vir rápido, mas para isso talvez seja necessário fazer coisas que jamais teria imaginado.
Um desses casos é o que se pode chamar literalmente, nú artístico. O trabalho é fácil, mas requer desinibição e paciência para ficar sentado pelado em uma mesma posição de duas a quatro horas sem poder se mexer, para que os alunos do curso de arte aprendam técnicas para desenhar corpos. Para os modelos que se candidatam a vaga geralmente o pagamento fica em torno de £8 a £15 por hora.
“E o melhor de tudo é que você ganha uma grana sem fazer nada, só tem que ficar parado. É até bom porque assim você tem bastante tempo para ficar pensando na vida”, brinca Paulo Miguel, que já posou nu algumas vezes para alguns colleges.
Se você se empolgou com a idéia pode tentar uma vaguinha através dos próprios cursos de arte. Procure saber quem são os tutores e entre em contato diretamente com eles para saber se precisam de modelos. E lembre-se que nesse caso, a vaga é de modelo para desenho artístico, o que não tem nada haver com modelo de revista ou passarela. Isso só facilita ainda mais porque para esse tipo de trabalho não é preciso ter determinada altura ou peso, basta apenas maturidade e desinibição.
Medical trial
Outro “crazy job” que se pode tentar aqui na Inglaterra para conseguir um bom pé de meia é emprestar o corpo para testes médicos. Neste caso o pagamento é bem mais alto, mas é preciso se informar muito bem de todos os riscos, efeitos colaterais e que tipo de testes serão aplicados antes de tomar a decisão final.
As empresas que comandam esses testes são indústrias farmacêuticas e hospitais independentes que testam novas medicinas em voluntários antes de colocá-las no mercado. Antes de lançar um produto, é necessário amplo estudo em humanos para saber de todas as reações adversas que os novos medicamentos podem provocar.
Como o campo dos laboratórios farmacêuticos é uma área muito rentável eles contratam empresas para realizar estudos independentes e por isso o pagamento é relativamente alto.
Os trials - como são chamados esses testes - são procedimentos legais aqui no Reino Unido e podem ser feitos nas mais diversas áreas: estudos do cérebro, remédios para emagrecer, para asma, doação de esperma, vacinas, estudos sobre dependência química, cafeína, nicotina, entre outros.
O pagamento depende da complexidade do trial e da quantidade de tempo requerida até o final dos testes, pois as vezes estes podem demorar mais de um mês. Em média as empresas pagam ente £70 e £150 por dia para os voluntários.
A proposta parece tentadora, mas antes de ser selecionado é preciso passar por uma bateria de exames feita pelas empresas para saber se o voluntário se encaixa exatamente com o perfil que eles estão procurando para os estudos.
Para se candidatar a um medical trial é imprescindível estar registrado no GP (médico local) por no mínimo três meses e não estar tomando nenhuma medicação preescrita. Em muitos casos os laboratórios preferem não fumantes.
O check-up completo ou screening consiste em tomada de medidas e peso corporal, eletrocardiograma, pressão arterial e capacidade respiratória. Como também testes de sangue para detectar qualquer tipo de doença congênita ou algum indício do uso excessivo de álcool ou drogas recente. Além disso, também é feita uma bateria de exames mais específica dos órgãos a serem utilizados no trial.
O curitibano Cristiano Gonçalves, participou de um clinical trial há três anos para testar um tipo de corticóide de uso nasal para tratamento de renite e recebeu 1.800 libras por seis semanas de voluntariado. “Decidi participar porque achei que era uma forma relativamente rápida de descolar um extra para juntar o dinheiro necessário para renovar meu visto e pagar outro curso de inglês”, disse ele.
Durante o trial, Cristiano ficava na acomodação do hospital dois dias por semana, em uma enfermaria separada somente para as pessoas que estavam fazendo os testes. Além disso, também havia uma área com internet, música, video-games e filmes reservada para os voluntários. “Era como estar internado em um hospital sem estar doente”, brinca ele.
Cristiano não se arrependeu de ter feito esse tipo de trabalho. Ele diz que recomenda a experiência porém, apesar da alta remuneração, ele deixa claro que a decisão de participar é bastante pessoal. “Antes de aceitar fazer parte de qualquer estudo desse tipo procure saber o máximo de informações possíveis. Afinal, você está dispondo o seu corpo para o bem da ciência, mas ainda assim o verdadeiro nome desse trabalho é cobaia mesmo”, alerta ele.
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