Trabalho
Cuidando da beleza alheia
Quem atua na área estética tem larga vantagem no mercado de trabalho na Grã-Bretanha.
Quem atua na área estética tem larga vantagem no mercado de trabalho na Grã-Bretanha. E o melhor, com rendimentos bastante convidativos. Um cabeleireiro, por exemplo - com domínio da língua inglesa - pode ter remuneração anual equivalente a de um engenheiro de software. Cifras que, em vários casos, atingem e até ultrapassam £30 mil ao ano.
Por Ana Lúcia Santos Bianco
Mas se a primeira barreira é a do idioma, também não há muito mais com o que se preocupar. Na Grã-Bretanha, assim como em diversos outros países, os cabeleireiros brasileiros são bastante respeitados. Graças à versatilidade que adquirem ao trabalhar no Brasil com cabelos das mais variadas etnias, sejam asiáticas, africanas ou européias.
Com quase uma década de profissão no Brasil, ano passado, o cabelereiro Mario Bonfim, 25, arrumou as malas e mudou de endereço. Deixou Salvador com destino à capital inglesa, onde aterrisou para estudar o idioma e "fazer a cabeça das outras pessoas".
"Aqui emprego não falta para quem atua no mercado da beleza, mas é preciso dominar a atividade, ser ótimo profissional, pois a área é bastante concorrida. Os clientes exigem qualidade, principalmente nos cortes cada vez mais malucos e ousados, e também versatilidade ao lidar com tintas, cores e diferentes luzes", alerta.
Na opinião dele, saber o inglês também é primordial. Bonfim conta que são poucos os salões de propriedade de brasileiros e que, neste caso, os preços cobrados pelos serviços são inferiores aos aplicados no mercado britânico. Para se ter idéia, em salões cujo principal idioma falado é o português, cobra-se £5 por um corte masculino. Serviço que, em geral, não sai por menos de £20 em solo britânico. Em Londres, assim como no Brasil, os profissionais podem ser contratados com salário fixo e comissão. E, em alguns casos, apenas comissão.
Outros povos
Japoneses e coreanos já perceberam o mercado convidativo e invadiram os salões de beleza e de manicure no Reino Unido. A profissional japonesa Mitsuru Ono, por exemplo, com um curso de dois anos de duração e 10 anos de experiência em Osaka, a segunda maior cidade do Japão, mudou-se para Londres oito meses atrás, mesmo sem qualquer domínio do idioma. Há seis meses trabalha num salão de japoneses e atende uma clientela totalmente cosmopolita composta, principalmente, por fios asiáticos e europeus.
"Aqui, além de trabalhar na área que escolhi e da qual gosto muito, tenho oportunidade de aprender com os clientes a nova língua", diz ela. Mas Myiu, como é chamada, alerta que não é fácil arranjar trabalho sem falar inglês. Antes de ser contratada, ouviu muitos "nãos" em salões ingleses. Hoje, ela comemora o fato de estar no novo trabalho pois a remuneração, diz ela, é bastante reforçada pelas "tips" (caixinhas).
Outro exemplo é o da "nail" (manicure, em inglês) Hay Young. A jovem estudante de 25 anos, ingressou na profissão na Coréia do Sul, e hoje atende em média seis clientes por dia. Em Londres o serviço de manicure custa £10, e de pedicure, £20.
Para cursos profissionalizantes no Brasil:
Senac, com unidades em várias cidades - www.senac.com.br
Para oportunidades de emprego em Londres:
www.hairandbeautyjobs.com